01 junho 2014

X-Men: Um filme sobre nós

1 de junho de 2014

X-Men não é uma história de mutantes. Ou melhor, é bem mais que isso. O novo filme da série, intitulado "X-Men - Dias de um futuro esquecido", fala sobre nós. E é por esta razão que Wolverine e sua trupe conseguem fazer desta, uma obra equivalente aos ótimos "Batman - O Cavaleiro das Trevas" e "Watchmen", e superior a quaisquer outros heróis, sejam de Stan Lee ou outro autor.

A película se inicia num futuro apocalíptico, onde mutantes estão sendo aniquilados por robôs adaptáveis chamados de Sentinelas. Resta a Wolverine voltar no tempo e tentar reescrever a história. E, neste passado, vemos um Professor Charles Xavier amedrontado, um Magneto consciente de seu lugar e uma Mística que se torna a chave de toda a história. A saga dos mutantes não trata de heroísmo, mas sim de sobrevivência. É a história de uma minoria fantástica e com um potencial incrível que é subjugada por sua aparência e por sua diferença, e que luta, cada qual a sua maneira, por respeito e reconhecimento.

Mística é, talvez, a personificação desta ideia. Transmorfa, pode ser quem quiser. Mas ela não quer ser ninguém além dela mesma. Assim como os integrantes de todas as minorias, sejam elas reais ou ficcionais, Mística não pediu para nascer assim. Ao mesmo tempo, não tem vergonha do que é. Ao contrário, sem essa diferença seria outra pessoa, uma pessoa que não quer ser. Mística é o que é. Assim como todos deveríamos ser o que somos.

Em "X-Men - Dias de um futuro esquecido" não há dicotomia entre bem ou mal porque, assim como na vida real, não há personagens com escolhas totalmente corretas ou equivocadas. O filme angustia. Em parte pelo sofrimento de personagens queridos e em outra por identificarmos semelhanças entre o nosso mundo e o deles. Ao final da película, os mutantes mostram que, apesar de seus poderes, não são invencíveis. Porém, conseguem nos fazer refletir, pois têm algo que Super-Man e Capitão América jamais terão: humanidade.

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