BRASIL: UMA PANELA DE PRESSÃO (OU ESTAMOS PERDIDOS)

O QUE ACONTECERÁ QUANDO A PANELA DE PRESSÃO EXPLODIR?

(SEM) INSPIRAÇÃO

HOJE ACORDEI INSPIRADO. MAS ACHO QUE EXPIREI.

SOBRE SER CULTO

A VIDA NÃO SE RESUME AO FACEBOOK.

A REVOLUÇÃO DOS MACACOS

SOMOS TODOS MACACOS, ALGUNS MAIS MACACOS QUE OUTROS.

NU

HOJE ME DEU VONTADE DE ESTAR NU.

29 outubro 2014

O homem é uma ilha

Dia 29 de outubro de 2014

Há gente de luto,
gente que briga;
birra.
Há gente que luta.
A cada quatro,
durante os quatro,
e sem data marcada;
Esporádica.
Aquele que gosta de grandes eventos,
das grandes passeatas,
do que é mega.
Há quem queira separação do país,
ou no casamento,
ou apenas dos recicláveis e não recicláveis.
Separação dos pais, jamais.
Há muitos países dentro do país.
Muitas mentes em nossas mentes.
Há muitos que mentem.
E quem nunca mentiu?
Há quem critique os outros,
dizendo que estamos nos transformando em uma pequena ilha.
Há gente estudada e ignorante.
Humilde e ignorante.
Ignorante e ignorante.
De fato, nós já somos Cuba.
Pois o homem é uma ilha.
Cercado por todos os lados de sua própria ignorância.

27 outubro 2014

Eleições 2014: Há uma vaga na política

Dia 27 de outubro de 2014

Na eleição presidencial mais disputada da história da democracia brasileira, o governo continuou governo, com a reeleição de Dilma Roussef (PT). A oposição continuou oposição, com a votação expressiva e fortalecimento do PSDB, através de seu candidato Aécio Neves. Mas a chamada "terceira via", representada nas duas últimas eleições principalmente por Marina Silva (no PV em 2010 e no PSB em 2014), pode estar vaga.

Marina Silva é a grande derrotada das eleições de 2014. Logo que assumiu a chapa do PSB após a morte do então candidato Eduardo Campos, a acreana despontou nas pesquisas como a favorita, e foi perdendo fôlego ao longo da disputa, não chegando sequer ao segundo turno. Se em 2010, sua terceira colocação representou uma vitória, em 2014 essa mesma posição lhe conferiu perda de capital político. Seria muito achismo dizer que Marina Silva está fora, mas será que ela ainda terá força para representar uma mudança tendo recebido um revés tão potente quanto este? Para piorar sua situação, ninguém sabe ao certo por quanto tempo permanecerá no seu atual partido, ou ainda se conseguirá legalizar a REDE, sua sigla autoral, que antes de existir já aparenta estar dividida.

De qualquer forma, há um espaço vago na política brasileira. Se não Marina Silva, quem?

Conseguirá o PSOL, após seu leve fortalecimento neste ano e com a repercussão gerada nos grandes centros pela candidatura de Luciana Genro à presidência, se igualar ou superar a eleição de 2006, quando a então candidata Heloísa Helena conquistou quase 7% dos votos válidos? Ou será que a bancada evangélica e conservadora lançará algum nome capaz de apagar a votação pífia recebida pelo Pastor Everaldo (PSC)? Ressurgirão nomes das últimas eleições, como Cristovan Buarque (PDT), Anthony Garotinho (PR) ou Ciro Gomes (atual PROS), ou surgirá um novo nome de expressão nacional na política?

PT e PSDB têm cadeira cativa para 2018. Falta mais um convidado a ser chamado.

08 outubro 2014

Mais quatro

Dia 8 de outubro de 2014

Nesta quarta,
Quatro para as quatro,Descobri que,
Por mais quatro,
Estaremos de quatro
Para os quatro - ou mais
Que detém os quatro poderes.

Mas nao ficarei em meu quarto
Dormindo em meu quarto sono. 
Andarei pelas quadras
Com mais quatro, quarenta ou quatrocentos. 
Descalços ou calçados
No chão de asfalto, terra ou quatzo.
Levantaremos nossas bandeiras.
Vindas dos quatro cantos de nossa nação.
Ou não.

06 outubro 2014

Eleições 2014: A hegemonia da lactose

Dia 6 de outubro de 2014

Não há como contrariar. O centro do país é a região sudeste. Tanto em número de habitantes - e, consequentemente, eleitores - quanto economicamente. Historicamente, isso também se confirma. Em especial quando se olha para as origens da República, de 1894 a 1930, quando se instalou no país a chamada política do "café com leite", quando governantes paulistas (maiores produtores de café) e mineiros (maiores produtores de leite) se revezavam no poder.

Os tempos são outros, mas o centro político é o mesmo. Muito se fala da polarização real entre PT e PSDB, mas ela existe também entre MG e SP. Desde a primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso, em 1994, essa política é reproduzida. FHC é carioca, mas fez sua carreira política em São Paulo, tornando-se senador pelo estado em 1983. O resto da história, todos conhecem. Após o impeachment do alagoano Fernando Collor de Melo, o último a se eleger fora do eixo MG-SP, foi o vez do mineiro Itamar Franco assumir por dois anos a presidência. Essa pitada de leite no cenário político nacional não durou muito. FHC ganhou destaque como Ministro da Fazenda, vencendo duas eleições seguidas para o cargo majoritário do país, colocando de vez a cafeína de volta ao executivo nacional. Logo após, mais 8 anos de governo Lula, nordestino de nascimento mas paulista de formação política.

Entretanto, após 16 anos, a cafeína foi substituída pela lactose. Com aliados desgastados por escândalos, Lula foi obrigado a indicar um nome, até então, fora dos grande holofotes: a mineira quase gaúcha Dilma Rousseff. Rousseff venceu os "políticos do café" em sua primeira eleição. Se sua tentativa de reeleição ainda não está decidida, uma coisa é certa: haverá mais lactose nos próximos anos. Seu adversário, o tucano Aécio Neves, fez sua carreira política no estado dos produtores de leite, Minas Gerais. Se nos anos de 1994, 1998, 2002 e 2006, os dois principais candidatos eram representantes da políticas paulistas, e se em 2010 essa disputa ficou dividida, nessas eleições o que se vê é a hegemonia da lactose.

Ainda que Dilma Rousseff não seja filha legítima da política mineira, já que sua vida pública ganhou contornos em terras gaúchas, sua militância teve início em Minas Gerais. E é bastante curioso o fato de que há 22 anos, nenhum político que não tenha uma trajetória marcada por momentos importantes em São Paulo ou Minas Gerais chegaram ao posto mais alto da nação. O cearense Ciro Gomes, a alagoana Heloísa Helena e a acreana Marina Silva fracassaram. 

Em 2014, ninguém sabe ao certo quem sairá vencedor da polarização PT-PSDB. Mas, do outro lado, já sabemos que Minas Gerais será o novo centro político do país. Só espero que o Brasil não tenha intolerância à lactose.