BRASIL: UMA PANELA DE PRESSÃO (OU ESTAMOS PERDIDOS)

O QUE ACONTECERÁ QUANDO A PANELA DE PRESSÃO EXPLODIR?

(SEM) INSPIRAÇÃO

HOJE ACORDEI INSPIRADO. MAS ACHO QUE EXPIREI.

SOBRE SER CULTO

A VIDA NÃO SE RESUME AO FACEBOOK.

A REVOLUÇÃO DOS MACACOS

SOMOS TODOS MACACOS, ALGUNS MAIS MACACOS QUE OUTROS.

NU

HOJE ME DEU VONTADE DE ESTAR NU.

16 setembro 2016

Hoje me reconheci feliz

Dia 16 de setembro de 2016

Hoje me reconheci feliz
logo após ter visto a tristeza naquele homem que há tanto tempo não via.

Hoje me reconheci feliz.
Seus olhos estavam fundos, perdidos, sem vida e cansados.

Hoje me reconheci feliz.
Sua pele queimada e manchada, e a postura curvada de quem parece ter todo o peso no mundo em seus ombros.

Hoje me reconheci feliz.
Ele parecia estar voltando de um trabalho que não gosta, para uma casa que não chama de lar, para uma família que não escolheria como sua.

Hoje me reconheci feliz.
De alguma forma, aquele corpo semi-morto, ao cruzar meu caminho por acaso, me fez reconhecer a minha própria felicidade. Uma felicidade que, de tão rotineira, se fez tímida.

Hoje me reconheci feliz.

09 setembro 2016

Analisamos o figurino de Michel Temer na cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos

Dia 9 de setembro de 2016


A presença do presidente interino Michel Temer na cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos ecoou dentro do Maracanã. Uma mensagem direta foi transmitida a todos os presentes e a todos os  espectadores por seu figurino.

O terno puxado para um tom escuro de um azul sóbrio, mostra que o novo comandante da nação não bebeu para comparecer à cerimônia. Assinado por algum estilista que nunca saberemos o nome, ele estava muito bem alinhado a seu corpo não-curvilíneo.

A escolha pelo terno de cor uniforme faz uma alusão à situação econômica do povo brasileiro, já que, assim como a vestimenta, os brasileiros também estão lisos. Nossos analistas de moda nos informaram que mensagens tão diretas como esta são capazes de trazer uma identificação rápida com a população média do país. As vaias que ecoaram não foram direcionadas para Temer, mas sim uma autocrítica dos próprios brasileiros em relação a sua histórica cultura de não trabalharem e só pensarem em crise.

A visível calvície, que nos fala que há ainda um vasto espaço para o país crescer, aliada aos cabelos puxados totalmente para trás, mostrando que não há mais como o país andar para trás, potencializam o discurso contra a recessão.

A camisa branca em conjunto com a gravata de um tom próximo ao rosa ou lilás é, talvez, a mensagem mais importante de todo o figurino: um pedido de paz às mulheres feministas e aos grupos LGBT's, que já se posicionaram quase em unanimidade contra seu governo. Note também que ele não utilizou em seu look nenhum detalhe em verde e amarelo, evidenciando que a partir de agora ele pretende se distanciar simbolicamente dos grupos que encabeçaram o "Fora Dilma".

Seu traje tradicional também é um aviso à economia de que em seu governo não haverá movimentos ousados, de modo que os empresários podem esperar dele atitudes mais conservadoras.

Por fim, seu discurso foi propositalmente curto, uma alusão à situação econômica do país, que sairá da recessão tão rápido quanto seu discurso de abertura das Paralimpíadas. É também uma mensagem de saúde pública, já que, pela velocidade, foi inspirada na voz da frase "Esse medicamente é contra-indicado em caso de suspeita de dengue".

Não estamos falando de um presidente. Não mesmo. Ele é um ícone da moda.


08 setembro 2016

‘A arte e o esporte são as nossas armas’, diz diretora de filme de Kosovo indicado no FESTICINI

Curta-metragem “Mona” é um dos 55 filmes de 18 países diferentes que concorrerão em 18 categorias no FESTICINI – 2° Festival Internacional de Cinema Independente

Dia 8 de setembro de 2016

Por Danilo Pessôa

O curta-metragem “Mona”, produzido em Kosovo, foi selecionado para participar do FESTICINI – 2° Festival Internacional de Cinema Independente. O filme, da diretora Lorena Sopi, concorre na categoria Melhor Música Original com outras cinco produções - duas da Espanha além de filmes do Brasil, Irã e Colômbia. O festival, que conta com um total de 55 produções de 18 países diferentes, acontece em Sumaré-SP entre os dias 16 e 30 de setembro.

Kosovo é um dos países dissidentes da antiga Iugoslávia. Independente desde 2008, ainda não é reconhecido por várias nações e entidades, como a ONU (Organização das Nações Unidas) e o próprio Brasil.
Curta metragem "Mona", da diretora Lorena Sopi


“Eu acredito que, além de nos fortalecermos como povo, moldando e resgatando nossa própria cultura e identidade, a arte e o esporte têm papel fundamental para que o mundo nos conheça e nos reconheça como uma nação. Estamos tentando abrir os olhos do público. Uma parte não sabe onde nosso país fica ou nunca ouviu falar. A outra acha que Kosovo é uma arena de guerra, um lugar onde apenas crimes, dor e terror são realidade. O mundo nunca viu o verdadeiro Kosovo ou talvez nunca quis ver o lado belo de meu país”, comentou a diretora Lorena Sopi.

Mesmo sem o reconhecimento oficial como país, a indicação de “Mona” ao FESTICINI foi a segunda vez no ano em que Kosovo conquista um lugar de destaque em terras tupiniquins. A primeira delas veio durante os Jogos Olímpicos realizados no Rio de Janeiro, quando a judoca Majlinda Kelmendi conquistou a medalha de ouro – a primeira da história do país.

O país europeu da região dos balcãs, que teve origem após se separar da Sérvia e até hoje luta por reconhecimento internacional, passa por uma instabilidade política e vive em constante ameaça de guerra com seus vizinhos.

“A arte e o esporte são nossas armas. Temos cantores mundialmente famosos, como Rita Ora, Bebe Rexha e Due Lipa. Escritores tão famosos no exterior quanto o brasileiro Paulo Coelho, como Ismail Kadaré, Anton Pashku e Fatos Kongoli. Cantores líricos reconhecidos em todo o mundo, como Inva Mula, Ermonela Jaho e Besa Llugiqi. Além, claro, de Majlinda Kelmendi, que conquistou nossa primeira medalha de ouro em Jogos Olímpicos”, disse.

“Portanto, a arte é algo diferente. Como diz meu pai, que também é diretor, ‘a arte é a zona frágil entre a vida e a morte’. Morte esta que vai além do sentido da vida. É uma zona de dimensões desconhecidas. Através da arte damos aos outros a nossa dor, a nossa esperança e, sobretudo, o nosso amor. A arte será sempre uma alternativa para a vida que sonhamos. Algum tipo de tratado para nossas esperanças. Por isso, a comunicação e o reconhecimento de nosso país em todas as formas de arte são, para mim, de uma importância fundamental.”


MONA

O curta de ficção conta a história de uma bailarina chamada Mona, que vê no palco durante seu ensaio uma garota muito parecida com ela. Ela corre para conhecê-la, mas a garota corre. Mona a procura pelas ruas da cidade, e vê a garota cruzando a rua por entre os carros. Mas em sua perseguição, um acidente acontece.

Segundo Sopi, “Mona” foi feito em um momento em que ela vivia um grande dilema em sua vida.
Filme é o representante de Kosovo no FESTICINI

“O filme foi desenvolvido para um projeto escolar. Eu estava em uma fase difícil, em dúvida sobre o que fazer do meu futuro, dividida entre continuar sendo bailarina contratada pelo Teatro Nacional de Kosovo ou me dedicar ao cinema. Foi então que descobri ‘Mona’, e isso me abriu horozontes, já que consegui mesclar minhas duas paixões”, contou.

O curta foi filmado em apenas um dia. O roteiro, também escrito pela diretora, foi inspirado em sua própria vida, já que durante seus longos ensaios de balé, a exaustão fazia com que ela tivesse algumas visões, distorções da realidade.


FESTICINI

Ao todo são 18 categorias em disputa. O vencedor recebe o Troféu FESTICINI, desenvolvido especialmente para o evento. O festival é totalmente voltado para a premiação de filmes independentes produzidos ao redor do mundo. Ao todo foram 610 produções inscritas, vindos de todos os continentes do planeta.

O evento conta com o patrocínio da APSEN Farmacêutica por meio de incentivo fiscal do Governo do Estado de São Paulo, além de realização da DZ.7 Realizações Artísticas. Para mais informações sobre o festival acesse www.festicini.com.br.


FILMES INDICADOS

MELHOR LONGA-METRAGEM

  • Clarisse ou Alguma Coisa Sobre Nós Dois – Brasil
  • Condado Macabro – Brasil
  • Percepção do Medo - Brasil


MELHOR MÉDIA METRAGEM
  • El Solecito Del Parque – Colômbia
  • Nua Por Dentro do Couro – Brasil
  • O Homem Que Virou Armário – Brasil
  • Reverso – Brasil
  • The Heat – Polônia


MELHOR CURTA METRAGEM
  • 14 Anys i Um Dia – Espanha
  • My Awesome Sonorous Life (Minha Incrível Vida Sonora) – Itália
  • No Caminho Dos Pés – Brasil
  • Pulso - Brasil
  • Wut - Espanha
  • Xavier - Brasil


MELHOR ANIMAÇÃO   
·         Criaturitas – Espanha
  • Cuerdas En La Vida – México
  • Feardom – Espanha
  • Golden Shot – Turquia
  • Roger – Espanha
  • Rosso Papavero - Eslováquia


MELHOR DOCUMENTÁRIO        
·         Benett – Brasil
·         Composto – Brasil
  • De Que Lado Me Olhas – Brasil
  • Inferno – Brasil
  • Preto, Pobre, Puto – Brasil
  • Saving Mr. Marbles  (Senhor Bolinhas de Gude) - Argentina


MELHOR ATOR
  • Eduardo Tocha (Tudo Que Você Ama Lhe Será Arrebatado) – Brasil
  • Flávio Fonseca (Tem Alguém Feliz Em Algum Lugar) – Brasil
  • Joaquim Lopes (Pulso) – Brasil
  • Michael Dukes (Duellum) – Espanha
  • Michal Wlodarczyk (Adaptation) – Polônia
  • Tristan Tenot (Horla) – França/Coreia do Sul


MELHOR ATRIZ
  • Amanda Pereira (Embaraço) – Brasil
  • Cristina Amadeo (Tem Alguém Feliz em Algum Lugar) – Brasil
  • Isabelle Vary (L’Instant) - França
  • Malgorzata Witkowska (Adaptation) – Polônia
  • Priscila Vilela (O Menino do Dente de Ouro) – Brasil
  • Rejane Arruda (Eclipse Solar) - Brasil


MELHOR ATOR COADJUVANTE
  • Benjamin Kraatz (Provisórios) – Suíça
  • Dariusz Siastacz (Adaptation) – Polônia
  • Gregório Musatti (Xavier) – Brasil
  • Lino Colantoni (O Seco) – Brasil
  • Marcus Veríssimo (Dissonante) – Brasil
  • Rafal Fudalej (The Heat) - Polônia


MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
  • Karine Ordônio (Maria) – Brasil
  • Leda Santana (Provisórios) – Suíça
  • Natalia Hubner (Eclipse Solar) – Brasil
  • Pilar Alcalá (14 Anys i Um Dia) – Espanha
  • Sofia Frozza Ampese (Três Dentes de Ouro) - Brasil


MELHOR DIRETOR
  • Giorgi Todria (Lost Village) – Espanha/Geórgia
  • Philippe Costa (Aspirina para Dor de Cabeça) – Brasil
  • Saman Hosseinpuor (Autumn Leaves - Folhas de Outono) – Irã
  • Sergi Marti Maltas (Wut) – Espanha
  • Stefania Vasconcellos (No Caminho dos Pés) – Brasil
  • Tucker Dávila Wood (Duellum) – Espanha


MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA
  • Antonio Gonzaléz Méndez (Titan) – Espanha
  • Gerardo González Pérez (Cuerdas Em La Vida) – México
  • Gorka Gómez Andreu (Lost Village) – Espanha/Geórgia
  • Petrus Cariry (Clarisse ou Alguma Coisa Sobre Nós Dois) – Brasil
  • Ricardo Fujii (Aspirina para Dor de Cabeça) – Brasil
  • Zanyar Lotfi (Autumn Leaves - Folhas de Outono) – Irã


MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
  • João Inácio (Carta da Esperança) – Brasil
  • Kyrylo Sopot e Gabriel Galand (Horla) – França/Coreia do Sul
  • Lucas Neves (Tudo Que Você Ama Lhe Será Arrebatado) - Brasil


MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
  • Bartosz Kruglik (Adaptation) – Polônia
  • Felipe de Amorim (Tigre, Tigre) – Brasil
  • Gökalp Gonen (Golden Shot) – Turquia
  • Marcelo Ikeda (O Homem que Virou Armário) – Brasil
  • Ricky Mastro e Eduardo Mattos (Xavier) – Brasil
  • Sergi Marti Maltas (Wut) – Espanha


MELHOR FIGURINO
  • Aitziber Sanz Pascual (Titan) – Espanha
  • Josiane Silva (Três Dentes de Ouro) – Brasil
  • Laura Katz (Horla) – França/Coreia do Sul
  • Laura Riaño Arévalo (El Escape) – Colômbia
  • Tas Basterra (Duellum) – Espanha
  • Viviane Castelleone (Aspirina para Dor de Cabeça) - Brasil


MELHOR EDIÇÃO DE SOM
  • Gilmer Huayna (Ka) – Peru
  • Gökalp Gonen (Golden Shot) – Turquia
  • Ignasi López (Criaturitas) – Espanha
  • Iosu González (Lost Village) – Espanha/Geórgia
  • José M. Sospedra (Wut) – Espanha
  • Marco Testa (My Awesome Sonorous Life) – Itália


MELHOR MÚSICA ORIGINAL
  • Felipe Monsalve (El Escape) – Colômbia
  • Jan Fité (Roger) – Espanha
  • Maria Gadú e Aureo Gandur (Pulso) – Brasil
  • Rodrigo Leão (Mona) – Kosovo
  • Sirvan Azizi (Autumn Leaves - Folhas de Outono) – Irã
  • Tomás Simon (Dins La Fosca) – Espanha


MELHOR MAQUIAGEM
  • Amanda Gómez (Dins La Fosca) – Espanha
  • Cedric Martin (Horla) – França/Coreia do Sul
  • Dri Chepezan (Embaraço) – Brasil
  • Fábio Servullo (Condado Macabro) – Brasil
  • Manuela Martínez (Roboethics) – Espanha
  • Pedro Vincuna (Aspirina Para Dor de Cabeça) - Brasil


MELHOR MONTAGEM

  • Aleksander Nascimento (Reverso) – Brasil
  • Amanda Melo (Pombal 350) – Brasil
  • Gerardo González Pérez (Cuerdas Em La Vida) – México
  • Jamie Alain (Collider) – Canadá
  • Ramón de Los Santos (O Efeito Isaías) – Portugal
  • Tomas Sposato (Fantástico) - Argentina

02 setembro 2016

Um Golpe de Direita

Dia 2 de setembro de 2016

A luta foi televisionada. Não necessariamente na íntegra. Transmitiram apenas os melhores momentos. Ou melhor, o que eles julgaram ser os melhores momentos. A batalha foi editada.

Boa parte do público presente no ringue gritava o nome do desafiante. O atleta desafiado, já sabendo de sua eminente derrota, decidiu que apenas um nocaute o tiraria da luta. Uma parte do público que estava do lado de fora gritava seu nome. A última etapa da luta estava para começar.

O público presente no ringue que gritava o nome do desafiante, uma massa de gente composta, em sua maioria, por homens brancos de meia idade, sabia que ele não era um heroi ou um grande exemplo a ser seguido. Era mais um grito de ódio ao outro que de apoio a este.

Já os do lado de fora eram, a olhos nus, mais misturados, menos homogêneos. Eles gritavam o nome do cambaleante atleta. Assim como os outros, estes também sabiam que o futuro derrotado nem sempre deu à eles a atenção que mereciam. Não havia herois naquele espaço.

A batalha que, para alguns, tinha traços épicos, para outros - inclusive para mim - era travada por dois selvagens, lutando em uma selva travestida por um edifício luxuoso e por pessoas supostamente civilizadas. Não era tatame, mas ringue. Mas não era boxe. Não era MMA. Aquilo era um vale-tudo.

O juiz deu o sinal. Começou o sexto assalto. E - não se enganem! -, desse e dos outros assaltos ambos os lutadores participaram. O desafiado, mesmo cansado, permanecia de pé. O desafiante, percebendo sua fraqueza, partiu para cima e lançou-lhe um golpe. Não com os pés, não com a cabeça. Mas, sim, com a mão. Com a mão direita. O golpe de direita acertou diretamente seu oponente, que caiu e lá permaneceu até o final da contagem.

O desafiante conquistou a faixa e se tornou o novo campeão. Dias após a batalha, o perdedor não se conformava com o golpe que levou, dizendo ter sido irregular. E foi mais além: denunciou que os juízes haviam sido comprados. Um verdadeiro escândalo que, obviamente, não foi incluído na edição transmitida pela televisão. Se isso foi verdade, não se sabe. A única certeza é que, de fato, alguns milhares de reais a mais têm aparecido mensalmente nas contas bancárias dos juízes.

Mas não se preocupem. As coisas nem mudaram tanto. O atleta nocauteado está bem de saúde, liberado pelo departamento médico para participar de outras lutas. O mais novo campeão continua sem grande popularidade. O público mantém seu ódio. A televisão permanece editando.

O novo vencedor, aliás, parece ser imbatível. Alguns o estão comparando até com um dos maiores lutadores da história: o famoso campeão de 1964.


-------- in English --------

Right Punch

September 2nd, 2016


The fight was televised. Not necessarily in full. Only the best moments was transmitted - or rather, just what they judged to be the best times. The battle was edited.

Almost all of the audience shouted in the ring the challenger's name. The challenged athlete, knowing of his imminent defeat, decided that only a knockout would remove him from fighting. A part of the audience that was outside shouting his name. The last stage of the struggle was to begin.



The crowd in the ring who was shoutting the challenger's name, a folk mass composed mostly by white middle-aged men who knew he was not a hero or a great example to follow. It was more a hate against the other fighter than to support him.



Outside were, the people was obvious more mixed, less homogeneous. Women, black, artists, homosexuals and other groups shouted the name of tottering athlete. Like the others, they also knew that the future defeated fighter not always gave them the attention they deserved. There were no heroes in that place.


The battle had epic traits for some people. But to others - including me - it was fought by two wild beasts. After all, it was a jungle disguised by a luxurious building and supposedly civilized people. It was not tatami, but ring. But it was not boxing. It was not MMA. It was a fight with no rules.

The judge gave the signal. The sixth round* has begun. And - make no mistakes! - both of fighters this participated of this and the
 other rounds. The challenged, even tired, stood. The challenger, knowing his weakness, went up and gave him a blow. Not with his feet, not with his head. But with his hands. With his right hand. The right punch strike directly hit your opponent, who fell and remained there until the end of the count.

The challenger won the track and became the new champion. Days after the battle, the loser didn't conform to the punch that he brought, saying the other fighter had been irregular. And he went further reported that the judges had been bought. A scandal. But, obviously, it was not included in the edition broadcast on television. If it was true, I don't know. The only certainty is that, in fact, a few thousand dolars more have appeared monthly in the bank accounts of the judges.

But don't worry. The things doesn't have changed so much. The knocked out athlete 
is in good health, released by the medical department to participate in other fights. The youngest champion continues without great popularity. The public keeps his hatred. Television remains editing.

The new winner, incidentally, seems to be unbeatable. Some are even comparing him with one of the greatest fighters in history: the famous 1964 champion.

*In portuguese, round and assault are the same word