BRASIL: UMA PANELA DE PRESSÃO (OU ESTAMOS PERDIDOS)

O QUE ACONTECERÁ QUANDO A PANELA DE PRESSÃO EXPLODIR?

(SEM) INSPIRAÇÃO

HOJE ACORDEI INSPIRADO. MAS ACHO QUE EXPIREI.

SOBRE SER CULTO

A VIDA NÃO SE RESUME AO FACEBOOK.

A REVOLUÇÃO DOS MACACOS

SOMOS TODOS MACACOS, ALGUNS MAIS MACACOS QUE OUTROS.

NU

HOJE ME DEU VONTADE DE ESTAR NU.

20 fevereiro 2014

Sempre é sobre nós

Mais do que nunca, chego à conclusão de que sempre é sobre nós. Tudo. E peço perdão, desde já, pela generalização.

Movimentos sociais sempre são sobre eles mesmos. Veículos de comunicação são sempre sobre eles mesmos. A nossa leitura, nossa visão de mundo, nossa música, nossa dança, tende a ser sempre sobre nós.

Martin Luther King, negro, foi o grande líder contra o racismo.

Jesus Cristo, filho de Deus, tinha como principal objetivo transmitir a mensagem de seu Pai.

Napoleão Bonaparte, francês, quis tornar a França o maior império do mundo.

Romário, ex-jogador de futebol e atual deputado federal, tem como pauta principal assuntos relacionados à CBF e Copa do Mundo.

Jean Wyllys, gay e deputado federal, é o principal defensor da causa gay na Câmara dos Deputados.

Jair Bolsonaro, evangélico, ex-militar e deputado federal, é o principal expoente da direita extrema brasileira.

Diogo Mainardi, que é colunista da Revista Veja, nasceu em uma família de classe alta, mora em Veneza (Itália), e tece duras críticas ao Bolsa-Família, programa assistencialista do governo federal, que beneficia pessoas de baixa renda.

Nely Santos Ferreira, diarista e beneficiária do Bolsa-Família, foi entrevistada no programa Veja Entrevista e afirmou que vota sempre no PT e no Lula porque tem medo que com a entrada de outro partido o programa assistencialista acabe.

Eu utilizo transporte público, então participei das manifestações contra o aumento da tarifa de ônibus. Sou funcionário público na cidade de Sumaré, então participei de um movimento grevista com o objetivo de aumento salarial da classe. Utilizo com certa frequência as rodovias que ligam Campinas às cidades vizinhas, então integro o Movimento de Passe-Livre nos Pedágios da RMC. Não há desmérito. Mas da mesma forma, há um certo narcisismo, pois é sempre sobre mim.

Perceba. Não é uma crítica. É uma constatação.

Achamos estranho mulheres do oriente usarem burca; somos ocidentais. Achamos estranho índio andar pelado; somos urbanos. Achamos estranho o candomblé; somos católicos/evangélicos. Achamos estranho a crença em Deus; somos ateus. Achamos estranho transexuais; não temos transtorno de identidade de gênero.

Sempre é sobre nós. E quando não é, nos parece estranho. E o estranho acaba sendo desinteressante, pois ele não nos pertence.

18 fevereiro 2014

Em terra de Sininho, qualquer conto de fadas é real

E o jornalismo anda dando cabeçadas.

A suposta acusação feita pelo Jornal O Globo de envolvimento entre o cara que atirou rojão no cinegrafista da BAND, Santiago Andrade, e o deputado Marcelo Freixo, já virou tema de discussão entre o show business intelectual. Caetano Veloso, Gregório Duvivier, Revista Piauí, Revista Veja, Leonardo Sakamoto… cada qual com seu enfoque, cada qual com seus propósitos.

Direito de resposta, disse-me-disse. O que para O Globo e Veja são provas do suposto envolvimento do deputado com o rapaz do rojão, para a Revista Piauí é motivo de piada, para Caê e os outros é motivo de perseguição.

Num editorial recente do Jornal O Globo, a empresa tenta se explicar. “No dia em que foi preso Fábio Raposo, réu confesso de participar diretamente da ação que resultou na morte do cinegrafista Santiago Andrade, Marcelo Mattoso, o estagiário do advogado que defendia o detido, disse duas coisas: a ativista Elisa Sanzi Quadros telefonara para ele e oferecera ajuda jurídica; e que, ao passar o telefone para o próprio advogado, Jonas Tadeu Nunes, este ouvira dela que o homem que atirou o rojão contra o jornalista ‘era ligado ao deputado Marcelo Freixo, do PSOL’ e que o deputado estaria à disposição de Fábio. Ao telefone, a ativista avisava que estava indo à delegacia junto com outros ativistas para protestar contra a prisão. Tudo isso foi registrado, oficialmente, num termo de declaração prestado pelo estagiário na delegacia.” Leia o editorial completo no site do O Globo.

Não sei se sou apenas eu, mas na terceira citação de pessoas desconhecidas, já me perdi. E nas terras da Editora Abril, a Revista Veja utilizou de uma grave manipulação de imagem para ilustrar a matéria “A Fada da Baderna”.

Toda essa confusão me lembrou a poesia “Quadrilha”, de Carlos Drummond de Andrade.

O Globo atacou Freixo que se defendeu.
Revista Veja atacou Sininho, que até então era só uma personagem de ficção. Atacou também Caetano Veloso por ter defendido Freixo e atacado O Globo no próprio jornal.
Duvivier e Revista Piauí ironizaram o fato.
E Santiago Andrade, que não tinha entrado na história, morreu.

A tragédia virou circo.

Você pode ter sua opinião contra ou a favor dos Black Blocks, Marcelo Freixo, O Globo, Drummond, e até mesmo acreditar em fadas. Já o jornalismo não pode se dar ao luxo de se transformar em textos de ficção.

17 fevereiro 2014

O ator que nunca sentiu borboletas no estômago

O ator Caio Castro, em entrevista recente no programa de Marilia Gabriela, no Canal GNT, declarou que não gosta de teatro e lê apenas por obrigação. Tal declaração causou revolta na classe, com direito a manifestações bastante diretas de artistas como Ingrid Guimarães, Pedro Paulo Rangel e Miguel Falabella nas redes sociais.

Assim como minha amiga e jornalista Izadora Pimenta publicou em sua página do Facebook, “o ator Caio Castro não gosta de ler e não gosta de teatro; Fulano, médico, não gosta de ver sangue; Beltrano, jornalista, não gosta de escrever”. Anomalias existem em todas as profissões. Eu, como ator, sinto apenas pena de Caio Castro. É claro que ele ganha uma boa grana, e se ganhar dinheiro é seu único objetivo na profissão, só podemos parabeniza-lo por ter sua meta atingida.

O fato é que quem faz teatro, jamais o fará por dinheiro. Até atores já consagrados não abandonam o teatro pelo simples fato de que é neste espaço mágico onde acontece a verdadeira arte. Tenho pena de Caio Castro porque, caso continue com este pensamento, jamais saberá o que são borboletas no estômago. 

E isso, dinheiro nenhum consegue pagar.

10 fevereiro 2014

Urbex 1 - Curral abandonado

Juntamente com meu irmão Eder de Oliveira, fui realizar pela primeira vez uma atividade até certo ponto recente, conhecida como Urbex, ou exploração urbana. Essa atividade consiste em visitar e conhecer lugares abandonados, seja pela curiosidade, pela aventura, pra passar o tempo ou realizar um simples registro.

Segundo o site Urbex Brasil, a "fotografia de exploração, em suas variantes Urbana, Rural, Industrial e muitas outras, nos desafia e chama nossa atenção. Através da decadência que nos habituamos a ignorar, recupera valores históricos e culturais, encanta os olhos e agrada a alma". Não há como negar essa afirmação.

O primeiro local escolhido para receber nossa visita foi um curral abandonado, localizado na cidade de Campinas-SP, próximo ao Pq. Santa Bárbara. Confira as imagens. Valeu muito a pena.








 




Metade

Hoje estou meio pela metade.
Meio a meio.
Uma parte indeciso, e a outra sem coragem.


Hoje não estou inteiro.

Mas... quando estive?
Sou tragédia inacabada.
Porcentagem de dois dígitos.


Hoje este texto não terá um final.

Quem sabe amanhã?



*Poesia publicada no Jornal Folha de Sumaré, no dia 30 de janeiro de 2014



02 fevereiro 2014

Papel

O papel aceita tudo sem questionar. Real ou ficção, divino ou mundano, trivial ou complexo, sentimentalidades ou coisas concretas. 

O papel aceita o comum e também essessões. E tambem exceções. Pois erros de português não são julgados como crime. É a terra da liberdade, pois é terra de ninguém.

O papel pode ser plataforma de ideias, mas também um lindo barco ou pássaro. Não dê regras a seu papel. Deixe-o livre. Faça apenas o seu papel, que o papel se encarregará de fazer o dele.

Vírus

E eu sempre serei teu vírus incurável.
Estarei em tua mente,
implantando a dúvida sobre o que és.
Não saberás o que queres
E nem qual o limite onde podes ir.

Sou a enfermidade que te deixarás incompleto.
Teu copo, assim como o teu coração, ficará meio vazio por minha causa.
Sou teu desejo proibido.
Teu desequilíbrio mental.
Sou a doença que gangrena teu moralismo e bons costumes.
Sou tua doença. E tua cura sou eu.