BRASIL: UMA PANELA DE PRESSÃO (OU ESTAMOS PERDIDOS)

O QUE ACONTECERÁ QUANDO A PANELA DE PRESSÃO EXPLODIR?

(SEM) INSPIRAÇÃO

HOJE ACORDEI INSPIRADO. MAS ACHO QUE EXPIREI.

SOBRE SER CULTO

A VIDA NÃO SE RESUME AO FACEBOOK.

A REVOLUÇÃO DOS MACACOS

SOMOS TODOS MACACOS, ALGUNS MAIS MACACOS QUE OUTROS.

NU

HOJE ME DEU VONTADE DE ESTAR NU.

10 abril 2010

SOS Posto de Saúde

Trabalhar em um posto de saúde é uma coisa pra lá de exótica. Recepcionar pessoas já não é fácil; recepcionar pessoas doentes é mais difícil ainda. O pesadelo de todos os funcionários de postos de saúde do Brasil inteiro está sendo, provavelmente, essa vacina da gripe H1N1. O povo assiste muito à televisão, que, além de orientar, também desorienta a população.

"Ah, então quer dizer que meu filho de 3 anos pode morrer com a gripe, mas uma pessoa com 30 anos não pode?", me perguntou a mãe de uma criança de 3 anos. "Infelizmente seu filho não está entre os considerados grupos de risco, senhora. Qualquer coisa, se quiser, ligue para o Ministério da Saúde... foram eles que criaram esses critérios", respondi.

E essa neurose geral é até ridícula. A dengue mata bem mais que a H1N1 e, ainda assim, a população não tira água acumulada dos locais de risco. Aposto que aquela mãe desesperada já teve um vasinho de planta com água parada e foco da dengue, mas como a televisão não noticia caso a caso as vítimas do aedes aegypti, pra que nos preocuparmos, não é mesmo?


Porém, por outro lado, nós, funcionários de postos (pelo menos os do posto que eu trabalho) somos opostamente neuróticos. Alguns dos meus colegas não tomaram a vacina por "medo" das reações que ela poderia causar. Essas reações realmente existem, mas são percentualmente improváveis de acontecer. Porém, é mais fácil acreditar que algo dará errado, do que apenas tomar a maldita vacina! Provavelmente, trabalhar com pessoas neuroticas acaba nos tornando neuroticos.

Até quando permanecerei são?

04 abril 2010

Santos Não Tão Santo

Os jogadores do time do Santos marcaram um gol contra no último dia 2. Parte do elenco, incluindo Robinho, Neymar e Ganso, os principais nomes do clube praiano, se recusaram a entrar no Lar Mensageiros da Luz, uma instituição espírita que cuida de crianças e adolescentes com paralisia cerebral, para entregar ovos de Páscoa em ação beneficiente, por preconceito religioso.

O fato é ainda mais grave por se tratar de figuras públicas, que deveriam dar exemplo a toda torcida. Afinal, qual a diferença entre esse preconceito religioso cometido pelos jogadores, com o preconceito racial e as brigas entre torcidas que ocorrem dentro e fora de campo?
Realizar ações solidárias apenas para pessoas semelhantes, não é ser solidário, mas excludente.

Após toda a repercussão, Neymar e Robinho vieram a público se desculpar, e garantiram que voltarão ao Lar Mensageiros da Luz para acabar de vez com essa polêmica. E isso é o que todos nós, católicos, evangélicos, espíritas, a
teus... brasileiros, esperamos que aconteça. Não há como acabar com o preconceito dentro de campo, se os profissionais da área não tiveram a consciência do quanto isso é prejudicial para toda a sociedade.

01 abril 2010

Eurodescendentes

Dias atrás, numa conversa informal com uma amiga, utilizei o termo "negrinha", ao me referir a uma outra menina. Não falávamos nem bem nem mal da menina, foi apenas uma citação. Porém, minha amiga logo me perguntou se eu era preconceituoso. Afirmei que não e, em seguida, repeti a mesma frase de forma irônica, utilizando, desta vez, o termo "afrodescendente". Conversamos mais um pouco. Nos despedimos.

Mas não consegui tirar aquilo da cabeça. Será mesmo que se eu chamar meus amigos afrodescendente de negrinhos, em conversas casuais, estarei sendo preconceituoso?

É difícil para eu assimilar essa informação, pois me aparecem alguns que
stionamentos. Será que se alguém me chamar de branquinho, poderei acusá-lo de ser preconceituoso? O termo certo não seria eurodescendente? Afinal, no Brasil, tudo é definido pela cor da pele, Sou descendente de europeus pela minha aparência, mesmo que meu bisavô tenha sido negro. Aquela menina é afordescendente, mesmo tendo, provavelmente, sangue português, e italiano, e indígena...

Claro que não posso dizer que não existe preconceito. Porém, vivemos em uma sociedade com síndrome do pânico, mania de perseguição. Discutimos mais sobre terminologia do que sobre políticas públicas para diminuir a desigualdade entre as cores de pele de nossa sociedade.