Dia 6 de outubro de 2014
Não há como contrariar. O centro do país é a região sudeste. Tanto em número de habitantes - e, consequentemente, eleitores - quanto economicamente. Historicamente, isso também se confirma. Em especial quando se olha para as origens da República, de 1894 a 1930, quando se instalou no país a chamada política do "café com leite", quando governantes paulistas (maiores produtores de café) e mineiros (maiores produtores de leite) se revezavam no poder.
Os tempos são outros, mas o centro político é o mesmo. Muito se fala da polarização real entre PT e PSDB, mas ela existe também entre MG e SP. Desde a primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso, em 1994, essa política é reproduzida. FHC é carioca, mas fez sua carreira política em São Paulo, tornando-se senador pelo estado em 1983. O resto da história, todos conhecem. Após o impeachment do alagoano Fernando Collor de Melo, o último a se eleger fora do eixo MG-SP, foi o vez do mineiro Itamar Franco assumir por dois anos a presidência. Essa pitada de leite no cenário político nacional não durou muito. FHC ganhou destaque como Ministro da Fazenda, vencendo duas eleições seguidas para o cargo majoritário do país, colocando de vez a cafeína de volta ao executivo nacional. Logo após, mais 8 anos de governo Lula, nordestino de nascimento mas paulista de formação política.

Ainda que Dilma Rousseff não seja filha legítima da política mineira, já que sua vida pública ganhou contornos em terras gaúchas, sua militância teve início em Minas Gerais. E é bastante curioso o fato de que há 22 anos, nenhum político que não tenha uma trajetória marcada por momentos importantes em São Paulo ou Minas Gerais chegaram ao posto mais alto da nação. O cearense Ciro Gomes, a alagoana Heloísa Helena e a acreana Marina Silva fracassaram.
Em 2014, ninguém sabe ao certo quem sairá vencedor da polarização PT-PSDB. Mas, do outro lado, já sabemos que Minas Gerais será o novo centro político do país. Só espero que o Brasil não tenha intolerância à lactose.
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