07 julho 2014

Sobre ser culto

07 de julho de 2014

A vida não se resume ao Facebook.
Nem a minha vida, nem a sua vida.

O mundo, assim como o Facebook, não pode ser dividido entre o bem e o mal. Essa dicotomia plena existe apenas em contos de fadas.

Existem, sim, preferências e ideologias diferenciadas. Pode-se concordar ou discordar. Porém, é
preciso ter em mente que o fato de ter lido Marx não te faz um expert em política, da mesma forma que ler Stanislavski não te faz um bom ator e ler Machado de Assis não te torna uma sumidade em literatura brasileira. Há quem confunda o fato de ser culto com o de estar certo a respeito de tudo. Ser culto significa apenas dominar um grande conteúdo teórico. Hitler, Gandhi, Mussolini, Fernando Henrique Cardoso, Elke Maravilha entre outras personalidades são exemplos de pessoas consideradas cultas. Dessa forma, percebe-se que ser culto é diferente de estar correto.

Não se pode esquecer nunca que, independente de ser uma pessoa culta ou não, existe sempre o outro lado, a outra versão, o diferente ponto de vista. É necessário ter opinião sobre alguns assuntos. É importante ter uma visão crítica a respeito da política, mídia, cultura, sociedade, etc, mas, principalmente, perceber que a sua opinião, por mais correta que pareça, é apenas a sua opinião.

Não reduza uma pessoa à página de seu Facebook. O fato de curtir a página do Facebook de um político não torna a pessoa uma votante leal do mesmo, da mesma forma que curtir uma página da Valeska Popozuda não a torna necessariamente uma funkeira e o fato de postar selfies não a torna uma pessoa rasa.O fato de você ter engajamento em movimentos sociais não significa que as outras pessoas também não tenham ou que sejam obrigadas a ter.

Toda pessoa é mais que seu Facebook. E o mundo é maior que o seu mundo.

Quem quer bater um papo?

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