13 de julho de 2014
Não se faz mais filmes da Disney como antigamente. E isso não é uma crítica.
Não se faz mais filmes da Disney como antigamente. E isso não é uma crítica.
O início do novo milênio chegou
com o desafio de modernização do estúdio de animação mais famoso do mundo e várias
tentativas fracassadas, como “A Nova Onda do Imperador” (2000), “Atlantis – O Reino
Perdido” (2001), “Nem que a vaca tussa” (2004), e “A Princesa e o Sapo” (2009).
Porém, quando parecia que a Disney sucumbiria à criatividade das concorrentes e
de sua recente aquisição, os Estúdios Pixar, ela descobre seu maior tesouro:
ela mesma.
Mesmo com os bons “Enrolados”
(2010) e “Detona Ralph” (2012), foi indiscutivelmente após o sucesso de “Frozen
– Uma aventura congelante” que a Disney redescobriu
sua genialidade. A personagem Elsa, rainha e detentora de uma magia capaz de
controlar o gelo, se mostrou a chave dessa mudança. A personagem simplesmente
nasceu poderosa, quase numa metáfora às mulheres que cada vez mais almejam e
conquistam o poder nos dias de hoje. Se antes as princesas eram todas bondosas,
amáveis e frágeis, este conto dá poder e autonomia à mulher. A figura
masculina fica em segundo plano. Ao contrário dos clássicos, Elsa não menciona
em momento algum o desejo de se casar, ter filhos ou de viver feliz para
sempre. Ao contrário, devido aos infortúnios da história, opta por se exilar do
mundo.
Apesar da princesa Anna, irmã de
Elsa, carregar muito da princesa clássica, existe aí também uma inversão de
valores. A história de Anna se mostra o conto da gata borralheira às avessas. Se
Cinderela é a moça pobre que se apaixona pelo príncipe rico, em Frozen é a vez
do pobre Kristoff se apaixonar pela herdeira do trono. Isso sem falar no grande
sarcasmo com que é tratado a ideia de “amor à primeira vista”, conceito alimentado
ao longo das décadas pela própria Disney.
Mas a cereja do bolo está mesmo
no final. Apenas um “ato de coragem” conseguiria salvar a jovem princesa Anna
de seu infeliz destino de morrer congelada. E foi esta, talvez, a maior quebra
de paradigmas que o filme realizou. Não foi nenhum príncipe encantado que a
salvou, mas sim Elsa. As irmãs se bastam. Pela primeira vez, deu-se importância
maior para a relação familiar ante a relação amorosa. O amor continua lá, como
chave de toda a história. Porém, seu conceito foi ampliado e as mulheres não
estão mais esperando pelo príncipe encantado. A revolução feminista chegou, enfim,
às animações da Disney. E Frozen, com todo seu feminismo, conseguiu colocar a
Disney nos trilhos do novo milênio.
2 Comentários:
Todas as princesas Disney tem uma lição importante cada uma delas tem sua importância e sua força não apenas Ana e Elsa não deviam menosprezar tanto as princesas do passado se parar para pensar tem muito dos clássicos nos novos filmes devíamos amar as duas gerações
Todas as princesas Disney tem uma lição importante cada uma delas tem sua importância e sua força não apenas Ana e Elsa não deviam menosprezar tanto as princesas do passado se parar para pensar tem muito dos clássicos nos novos filmes devíamos amar as duas gerações
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