BRASIL: UMA PANELA DE PRESSÃO (OU ESTAMOS PERDIDOS)

O QUE ACONTECERÁ QUANDO A PANELA DE PRESSÃO EXPLODIR?

(SEM) INSPIRAÇÃO

HOJE ACORDEI INSPIRADO. MAS ACHO QUE EXPIREI.

SOBRE SER CULTO

A VIDA NÃO SE RESUME AO FACEBOOK.

A REVOLUÇÃO DOS MACACOS

SOMOS TODOS MACACOS, ALGUNS MAIS MACACOS QUE OUTROS.

NU

HOJE ME DEU VONTADE DE ESTAR NU.

04 maio 2012

Aquele bolinho de chuva

Há exatamente um ano, a cada mês, entro naquela casa com fome de bolinho de chuva. Não de um bolinho qualquer, mas aquele bolinho, daquele jeito, com gosto de infância.
O baralho continua em cima da mesa. Os cachorros seguem latindo. Até mesmo a alegria que - juro! - pensei que não apareceria mais, deu as caras novamente. Só mesmo o fogão é que não tornou a acender.

Deve haver algum ingrediente especial! A receita continua escrita no mesmo papel. Os ingredientes podem ser comprados no mercadinho de sempre. Provo o bolinho de chuva preparado por outra pessoa.

- Mas ainda está faltando alguma coisa, tia...

- Está faltando ela, Danilo, ela...


Em memória de Zilda Luiza de Oliveira.

Obs - Texto originalmente publico no blog Depois da Janta

30 abril 2012

Não é só uma rua com nome de data

A 13 de maio, em Campinas, já é singular por ser a única calçada com nome de rua da cidade. Na verdade, é um grande calçadão. Ao contrário dos calçadões do Rio de Janeiro, este não é margeado pelas belezas naturais, pelo Cristo Redentor ou por corpos de mulheres semi-nuas esculpidos por horas de academia ou de cirurgias plásticas. O calçadão campineiro é um grande centro de comércio popular do interior paulista.

Até mesmo na longínqua época em que frequentar o centro de Campinas denotava um caráter de requinte e socialização, a "Treze" - como é conhecida pelos íntimos - já era um dos símbolos da cidade. Ligava a antiga estação de trem da Mogiana, onde circulavam centenas de pessoas diariamente, com a Catedral Metropolitana, ainda tão imponente quanto antes, mas rodeada pela degradação que se alastrou por toda região central.

A 13 de maio é mais que uma rua com nome de data. Ela é a síntese de Campinas. Lá, o antigo disputa constantemente espaço com o novo. Lá, a riqueza dos bancos contrasta com a pobreza dos pedintes. Lá, o profano mundo das compras não consegue deixar de ouvir as pregações dos pastores que berram em nome de Deus; o inverso também é verdadeiro. Lá, a violência - eu já fui assaltado na 13 de maio - convive de forma espantosamente harmoniosa com as cabines de polícia em frente à Catedral. Lá, há sujeira no chão e garis recolhendo lixos, mal cheiro em alguns cantos e lojas de perfume de marca em outros. Há até um certo "politizador" cobrando dos políticos da cidade medidas para recuperar o dinheiro desviado de um recente escândalo de corrupção, mas se esquecendo ele mesmo que foi eleito e exerce cargo de vereador.

Esta rua é, talvez, o único lugar da cidade capaz de resumi-la, com toda sua modernidade e saudosismo, religiosidade e profanismo, violência e segurança, pobreza e riqueza, cobrança e corrupção. E é isto que faz da Treze um lugar tão especial.

23 março 2012

A Ironia do Mundo Moderno

Talvez eu seja lento. Talvez o mundo esteja rápido. Talvez nos enganaram, e o dia tenha menos de 24 horas.

Vivo no modo automático. Chego no destino sem nem olhar o caminho. Apenas ando, dormindo entre os passos, as pernas me carregando e a mente vagando em outro planeta.

Manter-se socialmente requer sair e conversar com as pessoas. Manter-se financeiramente requer sair e trabalhar, utilizando mais da metade de seu dia. Manter-se na faculdade requer sair e utilizar outra grande parte de seu dia indo às aulas e fazendo um volume grande de trabalhos no tempo que, ironicamente, chamam de 'livre'.

E manter-se apto para realizar tantas tarefas requer dormir. Mas para dormir é necessário tempo. E sabe qual a ironia do mundo moderno? Você ler este texto sendo que poderia estar dormindo.

18 março 2012

Pipocast - S 02 Ep 03 - A Evolução do Cinema Nacional

Éder (@cinema_e_pipoca), Diogenes (@conquistadoresd), Dan (@danpessoa) e Jone (@euvoudemochila), o pessoal do Pipocast se reúne novamente para comentar sobre a evolução do cinema nacional ao longo dos anos, passando por Mazzaropi, pornochanchadas, Glauber Rocha e Tropa de Elite.

E para você, o cinema nacional pode ser considerado um dos melhores do mundo? Aperte o play e bom programa!

Obs.: Lembrando que seus comentários podem ser lidos no próximo podcast. Não se esqueça de colocar seu nome e cidade (a não ser que queira ser chamado de andarilho).

DURAÇÃO DO PIPOCAST: 71 minutos aprox.

Aperte o botão PLAY abaixo e divirta-se.


15 março 2012

Ensaio sobre a dúvida

Este é um tempo bem diferente da época em que Hamlet¹ disse a célebre frase "tudo o que sei é que nada sei". A filosofia da vida moderna diria que "tudo o que sabemos é que tudo temos que saber".


A ciência e a religião, cada uma de seu próprio modo, para o bem e para o mal, embutiu na humanidade ao longo dos tempos que bom mesmo é ter certeza. Quer seja a certeza científica ou a certeza religiosa, elas deletaram de nosso pensamento o ponto de interrogação. "Dêem-me o benefício da dúvida!", esbravejaria Antônio Abujamra² em seu programa. A partir do momento em que vivemos no mundo das certezas, desaprendemos a fazer questionamentos. Precisamos todos de um pouco de Sofia Amudsen, para que possamos nos perguntar quem somos nós e de onde viemos.

Me incomoda imensamente quando ouço alguém dando opinião supérflua sobre assuntos que nem de longe dominam. Me incomoda mais ainda quando me pego fazendo o mesmo. Cadê as interrogações? Só ouço exclamações e ponto final! Já que vivemos numa época de certezas, tenho a certeza de que deveríamos voltar a ter dúvidas.



¹Personagem do livro homônimo de Shakespeare
²Apresentador do programa Provocações, da TV Cultura
³Personagem do livro 'O Mundo de Sofia'

08 março 2012

Pipocast S02 Ep 02 - O Melhor e o Pior de Stallone


Éder (@cinema_e_pipoca), Diogenes (@conquistadoresd), Dan (@danpessoa), Jone (@euvoudemochila) e Alessandro (@djouker25), o quinteto do Pipocast se reúne novamente para comentar alguns dos melhores - e piores - filmes de Sylvester Stallone, o grande brucutu do cinema.

Preparados pra muito sangue?

Obs.: Lembrando que seus comentários podem ser lidos no próximo podcast. Não se esqueça de colocar seu nome e cidade (a não ser que queira ser chamado de andarilho).

DURAÇÃO DO PIPOCAST: 66 minutos aprox.

Aperte o botão PLAY e divirta-se!



Obs - Para ouvir os Pipocasts anteriores acesse www.cinemaepipoca.blogspot.com

01 março 2012

Dona Campinas e Seus Três Maridos

Não é de hoje que Dona Campinas sofre.

Ela não tem sorte no amor. Seu primeiro marido, um tal dotô, só se aproveitava dela. Usava o dinheirinho que ela guardava com tanto suor para farrear com uns amigos. E como farrearam! Chegou ao ponto de Dona Campinas não ter dinheiro sequer para pagar a conta de água, vê se pode?

Até mesmo o Sr. Correio, figura Popular lá nas redondezas e que dizia ser seu amigo, virou as costas e não escreveu uma cartinha sequer para lhe reconfortar. Dizem as más línguas que ele tinha conhecimento dos DESVIOS de caráter do doutor, mas vai saber, não é mesmo? Melhor manter distância!

O casamento foi se desgastando. Dona Campinas descobriu que, além dos amigos, seu marido tinha outra mulher que também farreava às suas custas. Optou pelo divórcio. O doutor então sumiu, ninguém sabe ninguém viu. Seus mais de 10 filhos - ou seriam mais de 1 milhão? - ficaram órfãos de pai.

Mas não tardou até ela se engraçar com outra figura. Apelidaram o tal de "vice-marido", já que ele conhecia e andava no mesmo círculo de amigos do desaparecido doutor. Há quem diga até que frequentava as festinhas junto com ele. Verdade ou não, amor não se discute. Mas parece que foi só paixão passageira. Brigaram, reataram e depois tornaram a brigar. E o vice-marido, que já não era mais vice, acabou se tornando ex.

E agora, ao invés de ter sossego, a coitada da Campinas está com um novo affair. Ao que tudo indica não é nada oficial, já que seus filhos nem conhecem direito o sujeito. Mas Campinas continua triste. Não consegue pagar bons estudos pra criançada, anda meio mal de saúde e já há um bom tempo que não vai ao teatro. Não tem estrutura pra tanto.

Bancar maridos e seus amigos custa caro! O jeito é mesmo ficar sozinha. Coitada de Campinas, tão bonita mas tão sofrida!