19 julho 2010

José Brasil, o pai

A (sobre)vivência de uma família comum.

A família Brasil é numerosa.

José Brasil, o patriarca, é um homem de 50 anos. Católico fervoroso por herança de família, conservador por conveniência, corinthiano por mal gosto, manco por um acidente, hipertenso pela impaciência e ignorante por falta de oportunidade e interesse.

É pai de 2 filhos, Wellington Jonas e Natasha Ingridy. Tem dificuldade para escrever o nome dos filhos. Ele mesmo os escolheu. Acha chique ter nomes estrangeiros.

Casado há 30 anos, não conversa com a esposa há 3 dias. As brigas são comuns entre seu José e dona Aparecida. Porém, eles sempre voltam a conversar no domingo, dia de missa, pois além de Deus ensinar a todos o perdão, o casal jamais se permitiria deixar os irmãos da igreja perceberem que eles não são um casal tão perfeito assim.
"A última coisa que eu quero é ser mal falado", costuma dizer.

Não gosta de política. Diz que "Todo mundo que tá na capital é ladrão!".
Semana passada, teve uma crise de tosse que o levou ao hospital. O doutor disse que ele precisava comprar um remédio, e lhe ofereceu duas opções: a do remédio com e sem nota fiscal, sendo que havia uma diferença de 20 reais entre eles. José não sabia se aquilo poderia ser caracterizado como corrupção. Na dúvida, acabou levando o mais barato mesmo.

Trabalha como vendedor ambulante. Chega em casa próximo das 17h. Toma banho e liga a televisão. Janta ao mesmo tempo em que assiste ao Brasil Urgente e, todo dia, fica indignado com a violência no país. "Meu Deus! O homem triturou o rim da mulher no liquidificador e depois bebeu tudo! Como pode? Esse mundo tá perdido!". Sempre come arroz, feijão e bife acebolado no jantar.

A rotina de seu José lhe faz muito bem. Não gosta de turbulências inesperadas. Porém, até quando será que a calmaria continuará? Afinal, se tratando da família Brasil, sempre acontecem coisas imprevisíveis!

2 Comentários:

Fabii disse...

Adorei a parte "corinthiano por mal gosto" husahsuhaushauhsuahs

Sabe, não que você escrevesse mal, rs, mas tenho a impressão de que está evoluindo... Gostei muito do texto, de verdade. Esse é o Danilo que eu conheci! =P

Abraçoos!
Muitas saudades de ti =/

Mari Bernun disse...

As pessoas se preocupam tanto com aparências que esquecem a essência da vida e o quanto ela passa rápido. É! Muitos se encaixam na família do José Brasil...