BRASIL: UMA PANELA DE PRESSÃO (OU ESTAMOS PERDIDOS)

O QUE ACONTECERÁ QUANDO A PANELA DE PRESSÃO EXPLODIR?

(SEM) INSPIRAÇÃO

HOJE ACORDEI INSPIRADO. MAS ACHO QUE EXPIREI.

SOBRE SER CULTO

A VIDA NÃO SE RESUME AO FACEBOOK.

A REVOLUÇÃO DOS MACACOS

SOMOS TODOS MACACOS, ALGUNS MAIS MACACOS QUE OUTROS.

NU

HOJE ME DEU VONTADE DE ESTAR NU.

25 agosto 2014

Sem fita amarela

Dia 25 de agosto de 2014

Que me desculpe Noel Rosa, mas quando eu morrer, eu quero choro e vela, sim.

Quero, por um momento, ser lembrado só pelas coisas boas que fiz. Pois sei que, ainda que as coisas boas sejam menor em quantidade que as más ou indiferentes, serão elas as que reinarão no imaginário de quem me conheceu.

A morte perdoa todos os erros. A morte beatifica.

O morto é um ser moralmente intocável.

21 agosto 2014

Se eu fosse eu (ou É tudo hipotético)

Dia 21 de agosto de 2014

Se eu fosse realmente eu, os meus amigos não me cumprimentariam na rua.*
O que eu seria? O que eu faria?

Se eu confessar que já pensei em matar, qual seria a sua reação? Ou pior. Se eu confessar que já
pensei em me matar, qual seria a reação? Ou pior. E se eu confessar que já pensei?

Poderia declarar que já tive vontade de deletar você do meu Facebook. Que já tive vontade de deletar meu Facebook. Que o Whatsapp me perturba. Que não tenho coragem para abdicar deles.

É preciso muita coragem para afirmar que já abri a porta de casa pensando em fugir. Que já abri, escondido, a geladeira e comi um pote inteiro de leite condensado. Que já escondi coisas para não dividir. Que já roubei... roubei fila ou - é tudo hipotético - dinheiro. Que já matei... matei aula ou - é tudo hipotético - algum bichinho de estimação.

Se eu fosse eu, ainda estaria aqui? Na mesma casa, no mesmo bairro, cidade e estado? Em que estado de consciência eu estaria?

Como você me olharia se eu me tornasse uma puta? Isso, puta, artigo feminino. Com maquiagem e salto alto. Seu incômodo seria mais pelo que eu sou, ou pelo que você não é?

Se eu fosse ateu?

Me tornaria um hippie cabeludo que canta em volta de uma fogueira?

O que você faz quando ninguém te vê? Se eu fosse eu, estaria liberto? Ou, de novo, me cansaria de mim?

Talvez a vida teria mais brilho. Ou, talvez, eu não aguentasse. Quem sabe? É tudo hipotético.



*Frase de Clarice Lispector

20 agosto 2014

Eleições 2014: Alianças políticas e a sopa de letrinhas

Dia 20 de agosto de 2014

A eleição está próxima, e o Blog do Dan  não deixará de dar seus pitacos. O primeiro texto da série "Eleições 2014" irá comentar sobre as alianças políticas realizadas pelos partidos nas esferas federal e estaduais.

Por meio de um infográfico feito pelo site G1, é possível verificar a proporção dessa grande anomalia do sistema político brasileiro. Alianças e "desalianças" que nem mesmo o mais sábio cientista político conseguiria explicar. Muito bom para ver a ideologia do partido em que você votará- ou a falta dela.

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PT - Dilma para presidência, com o apoio de PMDB, PDT, PCdoB, PP, PR, PSD, PROS e PRB. Nos estados, tem 17 candidaturas próprias, e apoia nas outras o PMDB (6), PSB (2), PTB (1) e PSD (1).

PSDB - Aécio para presidência, com apoio de PTB, PTC, PMN, PTdoB, PTN, SD, DEM e PEN. Nos estados tem 14 candidaturas próprias, e apoia nas outras o PMDB (4), PSB (2), DEM (1), PCdoB (1), PSC (1), PP (1), PSD (1), PROS (1), SD (1) e PDT (1).

PSB - Tinha Eduardo na presidência e agora, provavelmente, indicará Marina Silva, com apoio de PRP, PPS, PSL, PPL e PHS. Tem 11 candidaturas próprias, e apoia nos outros PMDB (5), PSDB (4), PT (3), PP (1), PCdoB (1), SD (1) e PDT (1).

PSC - Pastor Everaldo para presidência. Nos estados tem 2 candidaturas próprias, e apoia nos outros o PMDB (7), PSDB (7), PSB (3), PDT (2), DEM (1), PTB (1), PSD (1), PPS (1), PROS (1), SD (1) e PT (1).

PSOL - Luciana Genro para presidência. Nos estados tem 26 candidaturas próprias e apoia apenas o PSB (1) em um estado.

PSDC - Eymael para presidência. Nos estados tem 2 candidaturas próprias, e apoia nos outros PMDB (8), PSDB (6), PSB (3), PT (2), PP (1), DEM (1), PSD (1), PTdoB (1), PROS (1) e PDT (1).

PSTU - Zé Maria para presidência. Nos estados tem 12 candidaturas próprias, e apoia nos outros PSOL (10) e PCB (2).

PRTB - Levy Fidélix para presidência. Nos estados tem 6 candidaturas próprias, e apoia nos outros PMDB (4), PSB (4), PT (2), PSD (2) , PSDB (1) , PPS (1) , PROS (1) , PMDB (1) e PR (1).

PCB - Mauro Iasi para presidência. Nos estados tem 14 candidaturas próprias e apoia nos outros apenas o PSOL (4)

PV - Eduardo Jorge para presidência. Nos estados tem 2 candidaturas próprias, e apoia nos outros PMDB (5), PT (5), PSB (3), PSDB (2), DEM (2), PSC (1), PDT (1), PSD (1), PTdoB (1), PROS (1), PR (1) e PDT (1).

PCO - Rui Pimenta para presidência. Nos estados tem 5 candidaturas próprias e não apoia nenhuma em outros estados.

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Percebe-se claramente, através desses dados, a polarização entre PSDB e PT no Brasil, já que são sempre adversários tanto na esfera federal quanto nas estaduais.

Por outro lado, o PSB, que se autointitula como a "terceira via", chega a apoiar tanto os tucanos quanto os petistas dependendo do estado.

Vale a pena destacar o PMDB, o partido amigo de todos, já que, com exceção dos partidos claramente de esquerda, como PSOL, PSTU e PCB, são os principais aliados de todos os outros. Fica o questionamento de qual ideologia ele segue: a das ideias ou do benefício próprio.

Outro destaque é o PSOL, que apesar de novo e pequeno, é o partido com mais candidaturas próprias do país, sendo que a maior parte delas não conta com apoio de outro partido, exceto em alguns casos com PSTU e PCB. Teve problemas em oficializar o nome do candidato, que até pouco antes do término do prazo seria Randolfe Rodrigues.

Falando ainda de PSOL, ele é um dos poucos partidos, ao lado de PSDB, a apresentar candidaturas desde 2006 com diferentes nomes.

Já Marina Silva, assim que confirmada como cabeça de chapa pelo PSB, será a única candidata a ter disputado a presidência por outro partido, já que em 2010 era do PV. Se filiará ao Rede Sustentabilidade assim que for regularizado.

Há também o destaque do nanismo, o PRB, que não tem sequer uma candidatura própria nos estados, me fazendo questionar se existe algum motivo - a não ser os acordos políticos obscuros - de sua existência.

Você vai votar ou anular? Você votará em pessoas ou em partidos?

Acompanhe as próximas postagens sobre as Eleições 2014 aqui, no Blog do Dan.

18 agosto 2014

A difícil tarefa de ser Ombudsman (ou a Folha melhorou tanto assim?)

Dia 18 de junho de 2014


Imagine-se como o maior crítico de uma empresa. Imagine que você receba para realizar tais críticas. Imagine, agora, que quem lhe pague essa quantia seja a própria empresa alvo de suas críticas. Esse é o honroso e ingrato papel de quem assume a coluna dominical "Ombudsman", que existe no jornal Folha de S. Paulo desde 1989,  ocupado atualmente pela jornalista Vera Guimarães Martins.

De currículo invejável - assim como se espera qualquer um que venha a ocupar tal cargo - Vera é, desde maio deste ano, a Ombudsman do mais importante jornal paulista e, vale a pena frisar, o único periódico brasileiro além do cearense "O Povo" a fazê-lo. Ela é a sucessora de Suzana Singer (2010-2014) e Carlos Eduardo Lins da Silva (2008-2010). Este último, declarou em uma oportunidade que a função é algo "solitário". "Para manter a independência, preferi me afastar fisicamente da redação, evitava me encontrar com pessoas do jornal", disse.

Porém, desde que assumiu o cargo em maio, Vera Guimarães Martins está longe de ter críticas tão incisivas quanto de seus sucessores. Cita em suas colunas apenas alguns exageros, amenidades, análises sobre jornalismo virtual e erros compartilhados entre a Folha e algum outro veículo jornalístico. Mesmo nas críticas mais sensíveis, como em "Faltou transparência, sobrou dúvidas", a jornalista prefere apenas alfinetar e dar um tom ameno ao texto, do que ser enfática. O tom quase informal também é algo que incomoda. Das duas, uma. Ou, de uma hora para a outra, o jornal Folha de S. Paulo parou de cometer erros graves - e, infelizmente, comuns no jornalismo - ou Vera Guimarães Martins ainda não se mostrou disposta a abraçar todos os "contras" intrínsecos ao cargo que lhe foi confiado.

Ao lado do site Observatório da Imprensa e das faculdades de jornalísmo do país, como a UERJ que divulgou recentemente o chamado "manchetômetro", uma análise das manchetes positivas e negativas nos principais veículos de imprensa do país sobre os candidatos à presidência, o Ombudsman se apresenta como um dos poucos espaços críticos sobre a mídia. Apesar de não ter o dever legal de se expor, a Folha de S. Paulo, primeiro veículo a adotar o Ombudsman, tem o dever moral de manter o nível crítico da coluna.

Ombudsman e bom-mocismo são antagônicos. Sua existência é sinal de incômodo. O cargo exige agressividade. Talvez essa seja apenas uma fase de adaptação de Vera Guimarães Martins. Porém, por enquanto, tenho apenas saudade de Suzana Singer, aquele elegante rotweiller que reinou por quatro anos na coluna dominical.