16 fevereiro 2011

Quase Mochileiro

Olá minhas crianças.

Estou de volta, depois de praticamente 1 mês sem postar. Antes que alguém venha com aquele papo de "Você não tinha prometido postar ao menos uma vez por semana?" eu tenho que dizer que, enquanto vocês estavam acessando em vão meu blog afim de ler postagens novas, eu estava viajando, me divertindo e aproveitando minhas merecidas férias - do serviço e da faculdade. Isso mesmo, viajando. Gastando o dinheiro na coisa mais passageira (pegou a ambiguidade?) e incrível que existe: conhecer novos e velhos lugares.

Ao todo foram quase 2000km percorridos de carro, ao lado de meus pais e meu irmão. O carro: um Gol 2ª geração de 1996. Um senhor de idade, mas muito bem de saúde, por sinal. O destino: várias cidade, vários estados. Primeiramente, Araxá-MG. Depois, Brasília-DF e, por fim, Caldas Novas-GO, de onde voltamos para cidade de origem, Campinas-SP.

Tenho que confessar, amigos. Passar mais de 10h seguidas num carro não é fácil. Ainda mais em um carro sem som. Pode parecer estranho - e é - mas desde que o rádio do nosso Gol quebrou há alguns anos, ninguém teve a iniciativa de gastar uns 200 reais na compra de outro.

O piloto: meu pai. Co-piloto: meu irmão. A responsável por falar, falar e falar, de modo a não deixar os motoristas dormirem: minha mãe e, diga-se de passagem, a tarefa foi realizada com maestria. Eu, além de ficar encarregado de tirar fotos, dormi. Dormi muito. Por falar em dormir, dormir dentro de um carro é uma tarefa complicada. É extremamente difícil encontrar uma posição e, tenha a certeza, a dor no pescoço é inevitável.

Apesar de cansativo, viajar por terra acaba sendo mais curioso. Passamos perto de cidades incrivelmente pequenas e isoladas. Havia um vilarejo nas margens de uma estrada de MG que, além de um cemitério minúsculo e uma igrejinha construída e não reformada provavelmente há séculos, devia ter umas 5 ou 6 casas. Parte de um Brasil esquecido, não-incluído, alheio às mudanças do mundo. As cidades de Goiás, em especial, são bem diferentes das paulistas. São mais rústicas, mais monótonas.

Saímos de Campinas às 6h da manhã e chegamos em Araxá-MG por volta de 13h, sem almoçar. Lá temos alguns quase-parentes (a dona da casa é irmã da minha tia que casou com o irmão do meu pai =S), e ficamos hospedados na casa deles. A recepção foi tipicamente mineira, ou seja, ótima. A comida foi tipicamente mineira, ou seja, apetitosa. A família era tipicamente mineira, ou seja, grande, acolhedora e barulhenta. Me senti em casa. A casa, por sinal, ficava com o portão aberto quase 24h por dia, como que se tirassem sarro de nós, paulistas, por vivermos trancafiados dentro das grades de nossas próprias residências.

A noite em Araxá não é tão agitada quanto em Campinas, mas é bem agradável. Fomos a uma pastelaria, e o pastel, que de tão grande e recheado, é comido de garfo e faca. Não consegui comer tudo.

No outro dia fomos levados ao rancho que eles tanto falavam. O lugar é isolado de tudo. Lá tinha uma casa bem simples, fogão à lenha improvisado, churrasqueira, muita comida, e vários amigos da família. Ao todo éramos umas 30 pessoas. Bebi pela primeira vez o guaraná da marca Mineiro, um pouco mais doce que o que estava acostumado, mas muito bom.

Descendo um pouco mais entre o mato, percorrendo uma trilha improvisada, um riacho cristalino como não se vê no estado de SP. A natureza gritava aos meus olhos como em raras oportunidades. Passamos várias horas lá.

Na volta, jogamos Banco Imobiliário e Detetive até escurecer. Confesso que o tédio e uma vontade imensa de ver civilização já me dominava. Voltamos para a cidade após anoitecer, não sem antes ver um céu extremamente estrelado, de um jeito que eu só havia visto de forma artificial em minha visita ao planetário de Campinas. Não sei quantas eram, mas é bem provável que todas as constelações do universo se faziam visíveis.

Pouco antes de amanhecer, hora de partir. Próximo destino, uma das cidades que mais gosto: a capital brasileira. Viagem cansativa, chegamos lá às 14h com uma fome monstruosa. Nada que uma feijoada não pudesse matar.
Brasília é muito bonita e organizada. A casa, discreta por fora e bonita por dentro, com móveis e decoração de muito bom gosto. Ficamos hospedados novamente na casa de parentes, tios do meu pai.

Congresso, Planalto, Catedral, Buriti, Alvorada, entre tantas obras de Niemayer, além da Torre da TV onde se pode ver quase que toda a capital de cima, a ponte JK, os shoppings... não há pobreza visível lá, ou pelo menos não tão visível quanto na maior parte das grandes metrópoles. Isso sem falar da história, da simbologia, da pamonha(??), das lésbicas... isso mesmo, lésbicas. Mas essa é uma história que vou deixar pra uma outra oportunidade.

Outro ótimo lugar para um turista ir é a feira dos importados. Sim, os produtos realmente são importados, mas do Paraguai e China. Ou seja, é apenas um nome pomposo para designar o nosso conhecido camelô. Fiz a festa lá. Torrei quase 100 reias. Um óculos de Sol, uma carteira e váááários DVD's. Foram 5 dias muito bem aproveitados.

Próxima parada foi Caldas Novas-GO. Ficamos em um apartamento. Cidade bacana, pessoas não muito receptivas, clubes ótimos e águas quentes. Meu pai quase morreu ao descer no toboágua. Fomos no cinema de rua de lá. Deu pra relaxar.

Ao todo passamos por 4 estados em menos de duas semanas. Mais de 2000km percorridos. No total foram 12 pedágios, sendo que todos eles, TODOS, ficam no estado de SP, com tarifas que variam de R$4,30 à R$9,20. Valor extremamente abusivo para o estado mais rico do país. As estradas eram boas, inclusive em GO e MG.
A volta pra Campinas demorou 10 horas, e a viagem, como sempre, ficou com um gostinho de quero-mais. Por falar em quero-mais, próximo fim de semana estarei na praia. Se vocês quiserem um conselho meu, só posso dizer uma coisa: viajem!


Divisa SP/MG No rancho, em Araxá-MG
Cachoeira (Araxá-MG)
Na noite (Araxá-MG)
Cochilando (Indo para Brasília-DF)
Na estrada (Indo ara Brasília-DF)
Divisa MG/GO Estrada de Goiás (indo para Brasília-DF)
Divisa GO/DF
Catedral de Brasília-DF
Congresso (Brasília-DF)
Palácio do Planalto (Brasília-DF)
Não me pergunte o significado... (Brasília-DF) Na Torre de TV (Brasília-DF) Obrigado aos tios de Brasília pela recepção Usando o óculos escuro da feira dos "importados" (Indo para Caldas Novas-GO) Bem-vindo à Caldas Novas-GO Apartamento em Caldas Novas-GO Meu pai segundos antes de quase-morrer (Caldas Novas-GO) Meu irmão, minha mãe e eu (Cladas Novas-GO) Cinema de rua de Caldas Novas-GO

4 Comentários:

Lília disse...

Dan, minhas férias estão chegando... você conseguiu me deixar ansiosa, sabia??? Ai, ai, viajar é bom demais... e só depois que passa que a gente se dá conta do quanto foi tão bom!!

Super beijos e que bem que voltaste!

ederDBZ disse...

Resumir essa viagem em uma palavra: Diferente...

Nunca passamos em tantos lugares, em tão pouco tempo... diversão, tranquilidade e sem stress! Que beleza!

Mari Bernun disse...

Dan de verdade adorei ler sobre suas viagens, sua descrição foi muito boa me prendeu até o fim.

E o melhor é ver a união familiar isso é algo que eu considero muito, a família é sempre quem estará do nosso lado e o melhor é poder ter boas lembranças com eles.

Anônimo disse...

a frase do Grafite´na parede é de uma musica de Raul seixas, Metro linha 743....

porra, tu nao conhece?
se mata....