Há exatamente um ano, a cada mês, entro naquela casa com fome de bolinho de chuva. Não de um bolinho qualquer, mas aquele bolinho, daquele jeito, com gosto de infância.
O baralho continua em cima da mesa. Os cachorros seguem latindo. Até mesmo a alegria que - juro! - pensei que não apareceria mais, deu as caras novamente. Só mesmo o fogão é que não tornou a acender.
Deve haver algum ingrediente especial! A receita continua escrita no mesmo papel. Os ingredientes podem ser comprados no mercadinho de sempre. Provo o bolinho de chuva preparado por outra pessoa.
- Mas ainda está faltando alguma coisa, tia...
- Está faltando ela, Danilo, ela...
Em memória de Zilda Luiza de Oliveira.
Obs - Texto originalmente publico no blog Depois da Janta