Trabalhar em um posto de saúde é uma coisa pra lá de exótica. Recepcionar pessoas já não é fácil; recepcionar pessoas doentes é mais difícil ainda. O pesadelo de todos os funcionários de postos de saúde do Brasil inteiro está sendo, provavelmente, essa vacina da gripe H1N1. O povo assiste muito à televisão, que, além de orientar, também desorienta a população.
"Ah, então quer dizer que meu filho de 3 anos pode morrer com a gripe, mas uma pessoa com 30 anos não pode?", me perguntou a mãe de uma criança de 3 anos. "Infelizmente seu filho não está entre os considerados grupos de risco, senhora. Qualquer coisa, se quiser, ligue para o Ministério da Saúde... foram eles que criaram esses critérios", respondi.
E essa neurose geral é até ridícula. A dengue mata bem mais que a H1N1 e, ainda assim, a população não tira água acumulada dos locais de risco. Aposto que aquela mãe desesperada já teve um vasinho de planta com água parada e foco da dengue, mas como a televisão não noticia caso a caso as vítimas do aedes aegypti, pra que nos preocuparmos, não é mesmo?
Porém, por outro lado, nós, funcionários de postos (pelo menos os do posto que eu trabalho) somos opostamente neuróticos. Alguns dos meus colegas não tomaram a vacina por "medo" das reações que ela poderia causar. Essas reações realmente existem, mas são percentualmente improváveis de acontecer. Porém, é mais fácil acreditar que algo dará errado, do que apenas tomar a maldita vacina! Provavelmente, trabalhar com pessoas neuroticas acaba nos tornando neuroticos.
Até quando permanecerei são?
"Ah, então quer dizer que meu filho de 3 anos pode morrer com a gripe, mas uma pessoa com 30 anos não pode?", me perguntou a mãe de uma criança de 3 anos. "Infelizmente seu filho não está entre os considerados grupos de risco, senhora. Qualquer coisa, se quiser, ligue para o Ministério da Saúde... foram eles que criaram esses critérios", respondi.
E essa neurose geral é até ridícula. A dengue mata bem mais que a H1N1 e, ainda assim, a população não tira água acumulada dos locais de risco. Aposto que aquela mãe desesperada já teve um vasinho de planta com água parada e foco da dengue, mas como a televisão não noticia caso a caso as vítimas do aedes aegypti, pra que nos preocuparmos, não é mesmo?
Porém, por outro lado, nós, funcionários de postos (pelo menos os do posto que eu trabalho) somos opostamente neuróticos. Alguns dos meus colegas não tomaram a vacina por "medo" das reações que ela poderia causar. Essas reações realmente existem, mas são percentualmente improváveis de acontecer. Porém, é mais fácil acreditar que algo dará errado, do que apenas tomar a maldita vacina! Provavelmente, trabalhar com pessoas neuroticas acaba nos tornando neuroticos.
Até quando permanecerei são?